A serviço da Vida e do Amor - Joël Weser - E-Book

A serviço da Vida e do Amor E-Book

Joël Weser

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Beschreibung

Crescer e acompanhar crescimento

Este livro é destinado a qualquer pessoa que sinta a necessidade de se desenvolver ainda mais na vida e nos relacionamentos. E como nosso próprio crescimento é sempre uma questão de relacionamentos, ele também serve para desenvolver nossa capacidade de acompanhar outras pessoas. Isso se aplica a todas as situações da vida - seja como mãe ou pai, como mulher ou homem em um casal, como filho de nossos pais ou no trabalho profissional com pessoas, em contextos de ajuda, terapia, ensino, aconselhamento e liderança.

"Deve haver algo mais!"

Nós, seres humanos, temos um profundo desejo de descobrir e desenvolver a nós mesmos para viver uma vida plena e ter relacionamentos gratificantes. O que nos impede de chegar cada vez mais perto disso e por que obstáculos aparentemente intransponíveis às vezes se colocam em nosso caminho? Por que duvidamos do sucesso, nos restringimos nos relacionamentos em vez de nos abrirmos e desconfiamos da felicidade quando ela aparece de repente? Por que carregamos tantas crenças restritivas e sentimentos debilitantes sobre a vida, como "Eu sempre dou o meu melhor, mas, de alguma forma, nunca é suficiente!", “quando está tudo bem, as coisas acabam mal!", “a vida não é um mar de rosas!" e muito mais? Ao mesmo tempo, há um conhecimento profundo dentro de nós que às vezes se comunica como um pressentimento. Afirmações internas como "Isso não pode ser tudo!" ou "Deve haver algo mais!" indicam que há uma "atração" por algo mais que está além das coisas limitantes e, muitas vezes, pesadas com as quais estamos acostumados.

Iniciar o caminho para se mesmo

Este livro trata de nos aproximarmos de nós mesmos e de nossa essência - aquilo que constitui nossa singularidade e que, em última análise, só pode ser trazido à vida por nós mesmos. Nossa existência humana está profundamente enraizada no desenvolvimento e no crescimento. Só podemos nos tornar a borboleta que realmente somos quando deixamos o casulo que parece seguro, mas que, na verdade, está se tornando cada vez mais apertado.

Permitir-se ser tocado
Embora os textos tratem de assuntos diferentes, eles sempre tocarão em conexões essenciais que também têm a ver com você.

Para que nossa compreensão, sentimentos e ações possam ir cada vez mais além do superficial, e possamos encontrar a vida e o amor de uma forma mais abrangente: vivos e abertos.

Bem-vindos com tudo...
...em uma emocionante jornada de descobertas.

De coração
Joël Weser

Descrição do Público-Alvo
Este livro é adequado para pessoas que trabalham com outras pessoas, mas também para seu próprio desenvolvimento pessoal. Vários exemplos e exercícios ilustram o caminho para uma nova postura - em relação a nós mesmos e o outro.

Sobre o Tradutor
Matthias Bronk acompanhou Bert e Sophie Hellinger como intérprete e tradutor ao longo de uma década e conheceu Joël Weser em 2012 nos seminários internacionais da Hellinger®schule na Alemanha. Desde então, eles têm formado um laço de amizade e conexão profunda através das várias vivências em 3 continentes e continuam colaborando.

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EPUB

Veröffentlichungsjahr: 2024

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11
A serviço da Vida e do Amor
Crescer e acompanhar crescimento
Textos de Joël Weser
2
Primeira edição 2024
Primeira publicação em alemão em 2018 / Alemanha
© 2024 Joël Weser
Site: www.pressenz.com
Tradução ao português: Matthias Bronk // [email protected]
Revisão da tradução: Christina Müller // [email protected]
Design da capa por: Gunther Fuchs // www.fuchs-design.net
Composição tipográca e layout por: Gunther Fuchs // www.fuchs-design.net
Editado por: Joël Weser // [email protected]
Imagem da capa por: 123RF
Fotos de: Torsten Hormel, Shutterstock
Suporte de vendas, TI e mídia social: Ivan De Masi // www.blu-it.de
Selo de publicação: Institut für PrEssenz® und systemische Lösungen // www.pressenz.com
Impressão e distribuição em nome do editor ou autor:
Institut für PrEssenz® und systemische Lösungen, Fortunastraße 5, 64711 Erbach, Alemanha.
O trabalho, incluindo suas partes, é protegido por direitos autorais. O editor é responsável pelo
conteúdo. Qualquer utilização não é permitida sem o consentimento do editor. A publicação e a
distribuição são autorizadas pelo editor ou autor, que pode ser contatado em:
Institut für PrEssenz® und systemische Lösungen, Fortunastraße 5, 64711 Erbach, Alemanha.
23
4
45
Para a publicação da edição em português 2022
Caros leitores,
é um grande prazer para mim que a edição em português deste
livro esteja agora em suas mãos. Isso foi possível, sobretudo,
graças ao meu amigo Matthias Bronk. Ele está comigo há mais
de dez anos como tradutor, consultor e organizador e, portanto,
conhece muito bem meu trabalho e minha abordagem. Quando
lhe perguntei há algum tempo se ele gostaria de traduzir este li-
vro, ele respondeu imediatamente com «claro, seria um prazer»
e o traduziu para o inglês e o português. Portanto, para mim, a
tradução do livro estava nas melhores mãos.
Obrigado, querido Matthias.
Como aconteceu com a edição alemã, este livro é frequente-
mente usado como material de apoio e referência por pessoas
que acompanham outras pessoas. Especialmente dessa área
vieram várias sugestões que tornaram a segunda edição alemã
revisada mais acessível para tal uso. Fiquei feliz em seguir es-
sas sugestões.
No nal do livro, foi incluído um índice extenso, que contém
todos os termos essenciais e se refere às páginas correspon-
dentes onde se pode encontrar conteúdo relevante.
Após o índice, uma lista de Exercícios de Encontro foi adicio-
nada. Durante este livro, convido vocês a fazer esses exercí-
cios.
Também foram realizadas mudanças e adições em muitos lu-
gares para tornar o conteúdo mais compreensível..
6
Por último, mas não menos importante, duas tas foram incluí-
das para servir como marca-página e facilitar o retorno às pas-
sagens desejadas.
Desejo a vocês um espírito de descoberta em sua própria causa
e muito prazer em ler este livro.
De coração, Joël Weser
67
Índice
A serviço da Vida e do Amor ....................................9
A leveza no acompanhamento ................................16
A chegada de um convite ........................................23
Tipos de sentimentos e como lidar com eles ...........51
Sentimentos também são convites .........................67
Caras descolados e sua vida interna ........................76
Sobre a ajuda e a dignidade ...................................99
A PrEssência® centrada e abrangente .................102
A postura fenomenológica ....................................116
A força da PrEssência® – Uma introdução ..........143
Como a consciência nos move ..............................205
Sobre a fala centrada .............................................255
O Ir e Vir no Amor ...................................................262
Agradecimentos ....................................................283
8
Índice de termos .......................................................287
Lista dos Exercícios do Encontro ............................309
Sobre o autor .........................................................310
89
A serviço da Vida e do Amor
Sobre a ousadia e a alegria de crescer
Estou muito feliz em me encontrar contigo através destas li-
nhas. Elas são uma expressão de minhas décadas de experiên-
cia no trabalho com pessoas nas mais diversas situações, áreas
da vida e países de nosso mundo. Agora o livro está em suas
mãos, talvez apenas para um breve encontro. Possivelmente é
também o início de uma viagem mais longa que faremos jun-
tos. Não importa em que parte deste livro você pause ao folhe-
á-lo, em que ponto você embarque e inicie sua jornada comigo,
ele te levará para a diversidade daquilo que nos move enquanto
seres humanos.
Ao fazer isso, encontramos o que é realmente ecaz em nossas
situações e nossos relacionamentos privados e prossionais,
além de nossa forma de percepção cotidiana. Com base em seu
caminho de vida e experiências até agora, podemos olhar jun-
tos para o que nos faz crescer enquanto seres humanos e como
podemos tomar nosso lugar e espaço de uma forma que nos
forta leça, para que nossas vidas e nossos relacionamentos se
tornem mais satisfatórios.
Como o que você acabou de ler te afeta agora, neste momento:
tem um efeito de abertura, fechamento ou mais neutro? Surge
um interesse ou mobiliza resistência ou retirada em você? E
como você reconhece isso em nível físico? De qualquer forma:
nunca pode não ter efeito, pois sempre ressoamos de alguma
forma com situações, encontros e com o que lemos ou pensa-
mos.
E como eu estou presente, como eu estou agora enquanto escre-
vo estas linhas? Estou aqui sentado, tentando formular o essen-
cial, totalmen te focado na tela do meu computador, contraído
10
e talvez me esforçando? Ou estou olhando para você, o leitor,
enquanto o faço, sentindo-me em contato com você e falando
contigo enquan to escrevo?
Com isso já estamos bem no meio dos processos que estão em
ação dentro de nós e entre nós como seres humanos.
Crescer e acompanhar crescimento
Este livro é para qualquer pessoa que sinta a necessidade de se
desenvolver ainda mais na vida e nos relacionamentos. E como
nosso próprio crescimento é sempre um processo relacional
para nós como seres humanos, ele também serve para desen-
volver nossas próprias possibilidades de acompanhar outras
pessoas. Isso se aplica a todas as situações da vida - seja como
mãe ou pai, como mulher ou homem em uma relação de casal,
como lho de nossos pais, bem como no trabalho prossional
com pessoas, em contextos de ajuda, de terapia, de ensino, de
consultoria e de liderança.
“Deve haver algo mais!”
As pessoas são movidas por um profundo desejo de descobrir
e se desenvolver a m de poder viver uma vida plena e ter
relacionamentos graticantes. O que nos impede de nos apro
ximarmos cada vez mais disso e por que, às vezes, as coisas
aparentemente intransponíveis obstruem o caminho? Por que
duvidamos do sucesso, nos contraímos no relacionamento
em vez de nos abrirmos e por que desconamos da felicida-
de quan do ela brilha de repente? Por que carregamos tantas
crenças limitantes e sentimentos enfraquecedores sobre a vida
ao nosso redor como “eu faço o meu melhor o tempo todo, mas
de alguma forma nunca é suciente”, “se você se sair bem
demais, o m vai ser trágico”, “a vida não é moleza” e muitos
outros?
1011
Ao mesmo tempo, há um conhecimento profundo dentro de
nós, que às vezes se comunica com nós mesmos como um
pressentimento. Armações internas como“isso não pode ser
tudo!?” ou “deve haver algo mais!?” apontam para o fato de
que há uma atração por algo que está além daquilo que limita e
que é, muitas ve zes, pesado, o que nos é familiar.
Partir para o caminho em direção a si mesmo Como men-
cionado no início, eu te convido para uma viagem, semelhante
a uma viagem de trem, que consiste em nos aproxi marmos de
nós mesmos e de nossa essência; isto é, o que compõe nossa
singularidade e que, em última instância, só pode ser trazido à
vida por nós mesmos.
Ao ler este livro, você pode entrar ou sair em qualquer ponto
da viagem, de acordo com seus impulsos internos. Recomendo
que você faça uma pausa onde um título, uma palavra-chave
ou uma declaração chega até você ou te faz pausar. E se algo te
tocar ou te alienar, afaste-se das linhas por um momento para
deixar as sensações “caírem” dentro de você. Como se algo
caísse em um lago calmo de uma oresta e o movimento resul-
tante se expandisse em todas as direções: presente, ouvindo,
sentin do, se maravilhando... um encontro cuidadoso consigo
mesmo e com aquilo que se mostra e se move dentro de você.
Seja o lago da oresta, porque sempre que você é tocado, algo
em você quer se mostrar.
Quando nos damos conta de nós mesmos desta forma, ou seja,
quando entramos completamente na recepção com nosso corpo
e nossos sentidos, muitas informações, sensações, impressões
e percepções sobre as coisas que nos movem chegam até nós
de uma forma que nunca poderiam encontrar o seu caminho até
nós apenas através da mente.
12
Desenvolver-se é um movimento em direção ao novo Por-
tanto, trata-se de uma viagem de descoberta por nossa própria
conta. Parte dessa viagem de descoberta é nos depararmos com
fronteiras de território e as atravessarmos para novas paisagens
interiores que são acompanhadas de mudan ças. E, embora o
alheio e a amplitude, por um lado, nos atraiam e nos seduzam,
eles também podem nos deixar inquietos e assustados. Por essa
razão, muitas pessoas se acomodam em seus limites familiares
e aparentemente seguros. Mesmo se acham sua vida aqui pe-
sada e difícil, preferem permanecer éis às imagens interiores
familiares, aos sentimentos sobre a vida, às ideias, os padrões
de postura física, às crenças ou às estratégias de ação honradas
pelo tempo. Mas nosso ser humano é profundamente projetado
para o desenvolvimento e o crescimento. Só quando deixamos
o casulo, que parece seguro, mas na verdade está cando cada
vez mais apertado, é que nos tornamos a borboleta que real-
mente somos.
A viagem pode começar
As viagens de descoberta precisam de preparação, equipamen-
to e postura adequados. Suas experiências de vida anteriores
podem servir como preparação, por exemplo, se elas levaram a
pontos de interrogação signicativos em relação ao seu futuro.
Talvez a armação “isso não pode ser tudo!?” ou “deve haver
algo mais!” tenha se tornado cada vez mais condensada em
você e tenha amadurecido e se tornado uma certeza.
Você pode ter uma clara sensação de falta e sentir que sua vida
atual parece, de alguma forma, vazia e sem realização, mesmo
que por fora tudo pareça bastante normal e correto. Também
pode ser que você esteja em um estado de angústia que o está
empurrando para frente, por assim dizer, “por necessidade”,
para algo novo.
1213
O equipamento pode incluir, por exemplo, a percepção de que
existe uma força dentro de nós que nos conduziu através de
tudo, mesmo quando nos deparamos com limites em nosso ca-
minho de vida anterior e pensamos que não poderíamos mais
continuar – por exemplo, em graves crises prossionais, fami
liares ou de saúde.
A postura de encarar a mudança e, portanto, algo novo pode ser
a determinação e a coragem que cresceram com a percepção
recorrente de que já não queremos ou podemos continuar assim.
Às vezes, também é útil e importante pedir apoio ao atendente
do trem ou procurar um companheiro de viagem experiente por
um certo tempo.
O que quer que te mova: você não pode errar nessa viagem.
Você também não pode fazer nada certo. Trata-se de estar pre-
sente com o que está acontecendo e o que se apresenta no mo-
mento.
O mero fato de não encontrar as coisas internas e externas intei-
ramente da maneira familiar, constantemente com as avaliações
antiquadas, é uma mudança. Por um lado, isto substitui cada vez
mais padrões de comportamento familiares e limitados no cére-
bro. Por outro lado, com o tempo, nosso corpo se equilibra com
um bem-estar mais saudável, e nossa alma se abre para novas
experiências e encontros mais profundos. E se você se encontrar
inesperadamente de volta em um carrossel de pensamento fa-
miliar ou em um velho padrão de comportamen to familiar, você
simplesmente volta suavemente ao presente e para os sentidos.
Isso torna possível novamente o caminho para nós mesmos, tan-
to o signicativo quanto o signicado em geral: completamente
despertos e presentes, maravilhados.
14
Durante cada etapa da viagem, em cada texto do livro, o foco
está no que nos permite transcenderascondições internas e
externas que limitam ou impedem nosso desenvolvimento. Pois
se trata de nos encontrarmos, nos desenvolver e viver uma vida
plena e relações enriquecedoras. Embora os textos tratem de
assuntos diferentes, eles tocam em todas as conexões essenciais
que também têm a ver com você. Assim, você pode, sempre
relaxado ao máximo possível, sentar-se no compartimento do
trem, olhar pela janela e deixar as coisas e as situações passa-
rem por você.
Algumas coisas passam rapidamente, outras mais lentamente,
e às vezes camos mais tempo em uma estação até que possa
mos seguir em frente, enriquecidos por uma nova perspectiva.
Uma e outra vez um detalhe chama nossa atenção e, às vezes,
nos cativa tanto que parece não haver mais nada. Mas então,
em seu tempo, quando ampliamos nosso olhar novamente e
olhamos para toda a paisagem, percebemos como o individual
se integra em um contexto maior. Talvez também notemos que
nossa respiração se tornou bastante supercial e que nossa ten-
são corporal aumentou. Algo dentro de nós se junta, se torna
mais calmo e, involuntariamente, respiramos um suspiro de
alívio, enriquecido por uma visão ou consciente do próximo
passo importante.
Com o tempo, nossa compreensão, nossos sentimentos e nossas
ações vão muito além do supercial e encontramos a vida e o
amor de uma forma mais abrangente: vivos e abertos para eles.
Te dou as boas-vindas com tudo...
... à nossa jornada de descoberta em conjunto.
De todo coração,
Joel Weser
1415
A leveza no acompanhamento
Acompanhar tem a ver com uir 16
Acompanhar deixa a outra pessoa livre 17
Conselhos geralmente têm um efeito de fechamento 18
Podemos encontrar o que é nosso apenas por conta própria 19
Não existe crescimento de segunda mão 19
16
A leveza no acompanhamento
“ Por favor não me diga como eu devo ser,
Para que eu possa encontrá-loor conta
própria
permanecer próximo a você.”
Acompanhar tem a ver com uir
1
“Acompanhar” é uma palavra maravilhosa porque contém a
leveza do uir dentro dela. Enquanto a primeira palavra des-
creve a “relação”
1
com uma pessoa, a palavra uir se refere ao
que a pessoa faz durante esse encontro.
Ela ui.
O que associamos ao estado de uir?
Talvez à águia, aparentemente sem peso, fazendo seus círculos
no céu; a um veleiro à distância, suas velas brancas suavemente
movidas pelo vento através do mar; ou a crianças que, exultan-
tes e com braços de remo, deslizam sobre seu ringue de gelo
repetidamente.
Fluir está além do esforço. Tem a ver com o bem-estar, porque
estamos em harmonia com as coisas e as condições. A conan-
ça, a entrega e a apreciação ressoam com ela. A resistência e a
luta a favor ou contra algo é alheia a esta forma de se mover. É
por isso que a beleza e a facilidade de uir se perdem imedia
___________________________________________________
1
Nota do Tradutor (N.T.): O verbo original em alemão “begleiten” (“acom-
panhar”) é um jogo de palavras relativo ao conter a palavra do verbo “glei-
ten” (lit.”deslizar”), que aqui se refere ao seguir em um movimento uido e
sem obstáculos.
2
NT: a palavra “Beziehung” (“relação”) tem o mesmo prexo die “Beglei-
tung” (“acompanhamento”).
1617
tamente quando uma intenção ou ideia dentro de nós se torna
tão forte que começamos a lutar com as condições internas e
externas, porque agora as experimentamos como um impedi-
mento ou obstáculo.
Acompanhar deixa a outra pessoa livre
Acompanhar signica estar com alguém que também está em
movimento, no seu movimento. Se, por outro lado, deixamos o
estado de acompanhamento porque intervimos no movimento
da outra pessoa, isso tem efeitos imediatos e abrangentes. Ela
não pode mais sair de si mesma de uma forma solucionadora.
De repente, passamos de alguém que acompanha a alguém que
se preocupa, se esforça, se angustia ou tem pena.
Na maioria dos casos, tornamo-nos semelhantes à pessoa que
está em frente a nós, porque agora também temos preocupa-
ções, somos esforçados, nos importamos ou sofremos. Per-
demos a possibi lidade de acompanhar alguém efetivamente
– como pais, professores, consultores, educadores, treinadores
e outros que trabalham ou vivem com pessoas.
Tão diferentes quanto possam ser os Exercícios de Encontro de
PrEssência® que uso e descrevo neste livro, sempre, e com fre-
quência, eles nos mostram que a ação intencional e dirigida so-
lidica situações e, dessa forma, diculta ou até mesmo impede
a solução, o crescimento e a cura. Com o aumento da consci-
ência dos processos interpessoais na vida cotidiana, podemos
examinar e vivenciar cada vez de novo. Além disso, quando
nos concentramos em uma ação ou intenção, nossa percepção
se torna imediatamente estreita. Isso exclui o que é essencial,
tanto fora como dentro de nós mesmos.
Entretanto, quando voltamos ao nosso lugar e ao nosso espaço,
para depois estarmos presentes a partir de nós mesmos, de for-
18
ma recolhida, aberta e sem intenção, isso nos liberta. Também
liberta a outra pessoa, que pode ser vista a partir dessa postura
e, assim, pode se tornar el a si mesma. Desta maneira, ela
também adentra um movimento em direção a si mesma e em
direção àquilo que pertence a ela.
Conselhos geralmente têm um efeito de fechamento
Dicas, conselhos e até mesmo orientações bem-intencionadas
fecham a pessoa de frente a nós se eles a questionarem em seu
fundamental sentido de ser correta. Toda pessoa quer ser vista,
deixada e tomada como é. Por outro lado, quando uma pessoa
experimenta não ser plenamente reconhecida, ela tem que lutar
por sua completude e dignidade. Isso cria imediatamente uma
situação na qual ela não pode mais se voltar para si mesma. Ao
ter que se proteger, ela está presa pela sua defesa contra a outra
pessoa. Podemos observar isso mesmo em crianças pequenas.
Por exemplo, quando os pais “bem-intencionados” vão longe
demais em seus cuidados (para dentro do espaço da criança).
Quando observamos crianças pequenas durante tais processos,
podemos perceber claramente como o rosto que estava apenas
aberto, talvez alegre ou espantado, muda de repente. De repen-
te parece congelado, inanimado, e o corpo inteiro perde sua
mobilidade e permeabilidade que havia logo antes.
Ou, no nosso caso como adultos, como você se sente quan-
do alguém te diz “na verdade, você é bem legal...!”?
Provavelmen te, essa frase faz você se fechar para sua contra-
parte em vez de se abrir, pois sentimos imediatamente que exis-
te um “mas” inerente a ela que está prestes a vir até nós para
questionar algo a nosso respeito.
1819
Podemos encontrar o que é nosso apenas por conta própria
O que uma outra pessoa nos mostra, nós não podemos mais
encontrar como nosso, não a nosso tempo e em nosso modo.
Somente o que encontramos e descobrimos por conta própria
tem verdadeiro signicado e força. Nós, humanos, temos tudo
o que precisamos; no entanto, precisamos de um espaço de
relação aberto para que possamos nos mostrar e moldar, pois
como seres sociais só crescemos em relacionamentos e através
deles.
Não existe crescimento de segunda mão
Soluções, descobertas, crescimento e vida de segunda mão não
existem de fato. Se alguém seguir com algo que não se revelou
dentro de si mesmo, ele estará novamente diante da mes ma
porta em algum momento para encontrá-lo, desta vez, por con-
tra própria.
Se nós, como facilitadores
2
, pudermos estar presentes de forma
aberta e centrada, sentiremos diretamente que o que abre nosso
interlocutor também tem um efeito de abertura sobre nós e que
o que nos fortalece também fortalece a outra pessoa. Dessa
forma, o acompanhamento bem-sucedido sempre permite que
ambos os lados cresçam de uma forma maravilhosa.
___________________________________________________
3
NT: a palavra “Begleiter” (“acompanhante”) é usado de forma abrangente
em alemão para descrever pessoas que acompanham outras num contexto
terapêutico. O tradutor optou pela palavra “facilitador” para deixar claro a
função da pessoa no acompanhamento segundo o autor.
20
A chegada de um convite…
O que são convites? 23
Ressonância tem um signicado “fundamental” para nós 23
Quando postura e armação divergem 24
A constante reorientação no processo da relação 25
Entregar-se a uma nova experiência 26
O corpo como corrimão para o presente 26
1º Exercício de Encontro:
Soltar-se em uma situação tensa 28
Encontrar uma “tensão de bem-estar” dentro do possível 29
Experiência dos praticantes 30
Convites como expressão de referência social 31
O convite de se tornar similar ao interlocutor 33
Sair de um convite tem um efeito transformador 33
Cada parte atua em uma rede social 33
Perda de ressonância provoca instabilidade 34
Atos de transição como nova localização 34
2021
O cálculo tático não cria relacionamentos 35
Convites como algo totalmente cotidiano 35
Os convites têm um grande poder de atração 36
Ressonância como conrmação e reforço 36
A falta de resposta desequilibra e enfraquece 37
A provocação como convite 37
Convite aceito! 38
Convites aceitos nos transformam 38
O aluno controla a situação 39
Sair novamente de um convite aceito 40
A crise como lugar da transformação 42
A transferência como convite 43
Existem convites que abrem e que fecham 44
Convites que criam relações têm maior força 44
Desvelando mais potencial 44
2º Exercício de Encontro:
Já car e permanecer solto 45
22
Experiências dos praticantes 46
Ser um convite que abre 47
Ousar a relação requer coragem 47
Tomar a nossa vida 48
2223
A chegada de um convite
O que são convites?
O convite é para mim uma expressão de processos essenciais
que acontecem entre nós humanos em todas as áreas da vida e
em todos os encontros. Podemos observá-los tanto nas relações
de casal como nas relações entre pais e lhos. No ambiente
escolar, nós os encontramos em todas as salas de aula, assim
como no corpo docente. Eles atuam em todas as áreas do tra-
balho social, incluindo sessões terapêuticas, e inuenciam
efetivamente todas as situações em equipes e departamentos de
instituições e empresas. Este capítulo trata dos muitos convites,
em sua maio ria inconscientes, que nós seres humanos usamos
para inuenciar a presença um do outro o tempo todo.
Estamos familiarizados com o fato de que bocejar, bom humor,
estresse ou insegurança são contagiosos. Eles agem como um
convite à outra pessoa para também entrar na respectiva sen-
sação, sentimento ou estado. Mas os processos que atuam aqui
todos os dias, em todos os lugares e em todos os encontros, vão
muito mais fundo e muito além da consciência.
Ressonância tem um signicado fundamental para nós
Sempre que as pessoas se encontram, a maneira como estamos
presentes é um convite para a outra pessoa. Isto é, como nos
apresentamos, o que dizemos, em que estado nos encontramos
e o que nos move no momento têm um efeito sobre a pessoa
de frente a nós. Para nós, como seres sociais, tais interações e,
portanto, ressonância mútua, são de importância existencial.
Sem isso, não seríamos capazes de sobreviver como crianças
nem conseguiríamos crescer e nos tornar adultos capazes de co-
municação compassiva e de interação social. Nós encontramos
a nós mesmos e desenvolvemos nosso próprio ser somente no
24
relacionamento com outras pessoas e através dele.
Muitos convites ocorrem sem que uma palavra seja dita. Eles
são transmitidos principalmente através do que realmente nos
move, o que está por trás do que é dito, por assim dizer: isto
é, a postura, o sentimento ou o estado do momento em que
nos encontramos. Da mesma forma, reagimos imediatamente
às menores mudanças na expressão facial, no movimento dos
olhos, nos gestos e na tensão corporal.
Quando postura e armação divergem
Temos consciência de alguns desses processos. Por exemplo,
conhecemos a incerteza que surge quando alguém não se com-
porta com clareza. Um exemplo disso é quando o pai diz a seu
lho que ele está bem, mas parece completamente diferente
para a criança. A criança reage ao estado de espírito real do pai
e ca inquieta com a divergência entre o que ela ouve e o que
sente. Como adultos, falamos então sobre uma pessoa não ser
autên tica ou genuína, ou notamos que há algo que parece estra-
nho. Ao fazer isso, podemos assumir que a outra pessoa tam-
bém é insegura, mesmo que ela se disfarce habilmente ou não
perceba seu estado real.
Um líder que, por exemplo, está em um estado de tensão e
in quietação devido ao atual comprometimento de um projeto,
mas que aparentemente pede calmamente à sua equipe para
car calma e relaxar, também tem um efeito inquietante. Ao
fazer isso, ele alcança o oposto do que realmente quer realizar.
A ambiguidade faz que as pessoas quem desconadas e cria
incerteza e retirada, onde conança e abertura seriam necessá-
rias para per mitir uma ação conjunta e para atingir objetivos. O
estado real do líder da equipe ressoa com todos e tem um efeito
divisor, o que enfraquece todos os envolvidos.
2425
Um processo semelhante ocorre na sala de aula quando a pro-
fessora, que está ela mesma em estado de agitação, pede que
seus alunos, que também estão agitados, quem quietos. Seria
mais apropriado, na situação descrita, não gritar “Quietos!” à
turma, mas “Inquietos!”. Na primeira situação, a professora
aumenta a agitação dos alunos, aumentando-a através de sua
própria agitação. A agitação existente nos cérebros dos alunos
é alimentada ainda mais pela condição da professora. A situa-
ção continua a se agravar. Em essência, a professora pede a
seus alunos que façam o que ela mesma não está realizando no
momento, que é “se acalmar” diante da situação. Mesmo que as
crianças ou os jovens realmente se acalmem após seu pedido,
eles o fazem não porque realmente se acalmaram, mas porque
temem as consequências. Eles se mantêm quietos, apesar da
inquietação interior, e isto tem um efeito ainda mais prejudicial
para a situação da aula e do aprendizado.
Se, por outro lado, a professora pode tomar consciência disso e
relaxar em tal situação, ela tem um efeito calmante. Assim, ela
sai do convite que a levou à agitação tensa e agora atua como
um convite para se descontrair.
A constante reorientação no processo da relação Temos a
necessidade de nos equilibrarmos constantemen te de tal forma
que possamos nos sentir tão seguros quanto possível. Para isso,
temos de classicar o estado de espírito e a condição da outra
pessoa a m de poder estabelecer uma correspondência na rela-
ção atual, cada vez de novo. Através dessa comparação, muda-
mos imediatamente, por exemplo, abrindo-nos ou fechando-nos
mais ou menos, aumentando nossa tensão muscular em defesa
ou relaxando.
Para esses processos, que acontecem completamente de forma
inconsciente na infância, podemos mais tarde desenvolver uma
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consciência que aumenta cada vez mais nossas possibilidades
– como uma expansão da capacidade de comunicação e relacio-
namento, da competência emocional, bem como das possibili-
dades físicas, energéticas e mentais.
Entregar-se a uma nova experiência
Antes de convidar você para uma experiência direta dessas in-
terações interpessoais, gostaria de discutir brevemente por que
é necessário “dar-se conta”
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do próprio corpo a m de ter uma
experiência verdadeiramente nova.
Podemos conversar, discutir e ler muito sobre as coisas. Mas
o que mais nos transforma em termos de aprendizado e cres-
cimento são as novas experiências. Para poder participar de
uma experiência verdadeiramente nova, é importante estar tão
aberto quanto possível ao que está acontecendo. Para fazer isso,
precisamos nos afastar de nossa cabeça com seus constantes
pensamentos, ideias, crenças e estruturas de consciência.
Como isso pode ser feito?
Ao “darse conta” do nosso corpo – talvez com a armação in-
terior, “O que é isso que está mudando e se movendo dentro de
mim agora?”
O corpo como corrimão para o presente
Como um campo de experiência dos sentidos, o corpo é o
corrimão para dentro do presente. Se mantivermos nosso corpo
com os nossos cinco sentidos abertos, como uma vasta praia ou
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4
NT: a palavra original em alemão é “besinnen” (“reetir”/”lembrar”) que
também pode signicar “chegar aos sentidos”, como ênfase em entrar econ-
tato com os sentidos corporais para um consciência maior.
2627
uma vela de barco, nos respectivos eventos, tornamo-nos a re-
ceptivos para sensações, sentimentos, estados e sensibilidades.
Entretanto, se permanecermos no mundo de nossos pensamen-
tos, não estamos receptivos a tudo isso. É somente no corpo
que isso se torna passível de ser sentido, e é através dele que
algo signicativo para nosso desenvolvimento posterior se abre
para nós.
Para o exercício de encontro descrito abaixo, tudo o que você
precisa é de outra pessoa que também esteja disposta a partici-
par de uma experiência.
Em cada encontro, somos uma parte da situação: interligados
como as partes de um móbile penduradas no teto de uma sala.
Com nossa maneira de estarmos presentes, sempre inuencia-
mos diretamente o que acontece. Isso se aplica quando encon-
tramos uma pessoa, uma situação ou uma coisa. O exercício
seguinte é sobre como experimentar isso e como nosso respec-
tivo estado muscular de tensão tem um efeito recíproco.
Transferido para uma situação cotidiana, isso pode signicar:
alguém toma consciência de uma situação altamente tensa, por
exemplo, com seus alunos, sua equipe, seu lho ou seu parcei
ro, e se solta deliberadamente nesse evento.
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1º Exercício de Encontro:
Soltar-se em uma situação tensa
Procedimento do exercício
Duas pessoas cam frente a frente.
Ambas se centram no início. Então
uma pessoa agarra rmemente um
pulso da outra com as mãos e xa
a outra pessoa em tensão mus cular.
Nessa postura, a pessoa que segura
a mão ca paralisada, como se estivesse se transformando em
pedra. Ela se abstém de qualquer mudança consciente e observa
o que acontece. A pessoa que está sendo segurada reage imedia-
tamente a isso sendo agarrada pela tensão também, por exemplo,
com uma declaração interior como, “Não, eu não quero isso”!
Seus punhos estão cerrados e ela está em resistência a esta situ-
ação. Foi criada uma estrutura de tensão paralisada. Além disso,
não entre em movimentos externos, mas mantenha sua atenção
no que está acontecendo internamente.
A situação pode signicar uma ocorrência bastante cotidiana.
Alguém vem até nós com um ataque verbal, nós reagimos in-
voluntariamente com prontidão para lutar ou nos defender, e
imediatamente surgiu uma situação de tensão.
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Encontrar uma “tensão de bem-estar” dentro do possível
Ambos percebem atentamente a situação que surgiu:
O que está acontecendo comigo mesmo?
Como é a respiração?
Quais sensações, sentimentos e estados surgem?
Como é a percepção e o que está acontecendo energeticamente
(estamos fechados, dissolvidos, para trás, para frente, em cima,
em baixo)?
Qual é a relação com o solo, comigo mesmo e com a outra pes-
soa?
Tome seu tempo para sentir o que está acontecendo!
Depois disso, a pessoa agarrada pelos pulsos relaxa, por exem-
plo, com a armação interior: “Isso não é bom para mim a lon-
go prazo, agora eu me solto para dentro dessa situação”. Ao
fazer isso, ela se solta ao máximo possível em direção ao bem-
-estar nessa situação, sem perder sua postura física, ou seja, sua
postura e rmeza.
Deixe o movimento de relaxamento uir com atenção e cons-
ciência, de cima para baixo, através de todo o seu corpo, talvez
acompanhado por uma expiração aliviada. Enquanto faz isso,
simplesmente entregue seus braços para a pessoa que te segura
e, enquanto o relaxamento continua, também solte um pou-
co os joelhos – como se você estivesse sentado, completamente
e conante, em um banco imaginário que está diretamente de-
baixo de suas nádegas. Então, a soltura pode passar por todo o
seu corpo.
Durante o procedimento do exercício, ambos acompanham de
perto a mudança em si mesmos, a situação e seu relacionamen-
to um com o outro.
O que a respiração está fazendo?
O que está acontecendo energeticamente?
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Como é a relação comigo mesmo e com a outra pessoa?
Quais sentimentos surgem?
Surgem impulsos para a ação?
Mais uma vez, dê a si mesmo muito tempo para perceber o que
está acontecendo. Observe se há uma tendência em você para
terminar o encontro o mais rápido possível e assim continuar
em um movimento evasivo. Não siga com esse movimento
evasivo, mas permaneça em contato. Pois uma experiência é
frequentemente seguida por outras, se dermos tempo suciente
para a anterior.
Recomendo que você primeiro se entregue a esse encontro e
compartilhe ideias com sua contraparte sobre o que você ex-
perimentou; depois, leia as experiências descritas abaixo em
retrospectiva.
Experiências dos praticantes
A pessoa que se solta
A pessoa xada sente imediatamente como tudo muda ao
se soltar, em si mesma, na outra pessoa e na situação.
Após o processo de soltura, a pessoa geralmente tem
a sensação de estar livre ou liberada da pressão e
da xação que a agarrou. Há apenas um momento,
ela estava concentrada em que isso acontecesse e
foi envolvida por isso, agora ela se sente novamente
móvel e em poder das suas possibilidades. Ela percebe
claramente que a pessoa que a segura também relaxa
involuntariamente, às vezes agarra novamente, mas ca
fundamentalmente enfraquecida em suas tentativas, e
depois também logo solta a pessoa que segura
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A pessoa que segura
Para as pessoas que seguram e realizam este exercício
pela primeira vez, muitas vezes é completamente
surpreendente o quão forte e involuntariamente
elas também reagem à soltura da outra pessoa com
relaxamento. Muitos experimentam como obrigação e
sempre como um alívio ter que soltar também. Aqueles
que reestabelecem espontaneamente sua tensão
perdida precisam de um esforço maior para isso, o
que rapidamente leva à exaustão. A pessoa que tem
experiências que não é livre em suas ações e em sua
“presença”
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, mas que depende diretamente da sua
contraparte. Quando a outra pessoa se solta, quanto
menos intenção a pessoa que se desprende tem em sua
direção, mais a tensão da pessoa que a segura não chega
a lugar algum, porque ela está realmente preocupada
com seu próprio bem-estar.
Convites como expressão de referência social
No exercício de relaxamento anterior trabalhamos com uma
tensão sicamente alta, que uma pessoa traz como uma oferta
ou convite. Se esse convite for aceito por uma contra-tensão
correspondente, é criado um edifício de tensão estável e so-
lidicado. Ambos estão relacionados um com o outro, mas a
essência de tal encontro é a paralisação.
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NT: a palavra em alemão “Dasein” (lit. “estar lá”/“existência”/”presença)
é um termo fundamental usado para designar não apenas a presença física
mas também existencial inerente, que neste caso signica que a pessoa no
exercício está presente em todos os sentidos.